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AMIGOS DA PESCA

Miraguaia

 

Com a chegada das épocas mais frias, chega também na costa brasileira um dos peixes mais cobiçados pelos pescadores esportivos: A Miraguaia.

 

Daniel Cirillo, um dos co-fundadores desse site (na foto, o primeiro da esquerda para a direita), conhece a arte de pescar Miraguaia como poucos. Freqüenta a cidade de São Vicente desde criança, conhecendo amplamente a região e todos os principais pontos de pesca, onde cresceu pescando peixe espada e badejos no famoso costão de São Vicente e bons espécimes de Miraguaia no canal de São Vicente, um dos melhores para a captura desse cobiçado peixe.

 

 

Pescaria tradicional de Miraguaia

 

A Miraguaia já foi tratada em diversos sites e fóruns como um peixe eventual em pescarias. Em outros artigos, sua pesca foi apresentada com o uso de jumping jigs, técnica onde novamente será apenas uma das muitas espécies possíveis.

Neste artigo pretendo explicar a forma tradicional de pesca desembarcada da Miraguaia no canal de São Vicente. Nesta pescaria ela se torna o peixe principal, mas outras espécies podem entrar eventualmente, entre elas o robalo, pescada amarela, arraias, caranha e ate grandes bagres.

 

A seguir serão apresentados os principais equipamentos utilizados nesta modalidade.

 

Varas:

Longas e fortes, em torno de 4 metros e com capacidade de arremesso de 200 a 300g. Os materiais podem ser dos mais diversos, como bambu, fibra de vidro, grafite ou carbono. Exemplos são apresentados nas figuras abaixo.

Meu equipamento é antigo, concordo, mas confio muito nele... Wonder Sargo, DAM Speedcast, Plaway Pioneira, Netuno 7 e 8 (minhas preferidas) e MS Supercast (baratinha que quebra um galho)

Molinetes e carretilhas:

Com boa capacidade de linha (200 metros de linha entre 0,50 e 0,70 mm) e muito resistentes, a escolha carretilha ou molinete fica a gosto do pescador. Molinetes são mais fáceis de utilizar, já as carretilhas costumam ser mais resistentes.

Meus preferidos: Paoli Malcolm, Orion 5600, Mariner 771, Penn 320 GTi e Abu 9000i

Linhas:

De monofilamento entre 0,50 e 0,70mm para resistir a abrasão com as pedras. Costumo dizer que é melhor ter uma linha barata nova do que uma top de linha desgastada pelo uso. Entre minhas preferidas estão a Trilon, Raiglon, DAM, Camouline e Max. Não uso multifilamentos nessa pescaria devido a baixa resistência a abrasão e excesso de lixo que danificam a linha, mas alguns colegas estão utilizando.

Chicotes:

            Devido a grande quantidade de estruturas e necessidade de grandes esforços, são utilizados chicotes feitos com a própria linha, sem utilização de rotores (chicotes caipiras). Particularmente utilizo três modelos, em função do local de pesca. Todos com linhas entre 0,60 a 0,90mm.

            Em costeira, com arremessos curtos sobre as pedras, utilizo chumbo oliva de 50g solto na linha principal com anzol e girador em linha dupla (figura A).

            Em fundos de areia, lama ou cascalho, com a utilização de arremessos longos, utilizo chicote de linha torcida com um anzol acima da chumbada pirâmide de 200g. Existem duas versões desse chicote: O tradicional fixo (figura B), que utilizo quando a pernada do anzol é mais longa que a da chumbada; e chicote de correr (figura C), para quando pretendo deixar a isca mais alta, pois este traz a chumbada junto ao girador durante a briga com um peixe.

                 A                                              B                                                  C

Anzóis:

            O tamanho e modelo são os mais variados possíveis, indo ao gosto de cada pescador e do tipo de isca utilizado. Como não confio em anzol reafiado, sempre opto por modelos mais baratos que serão descartados após a pescaria. Para utilização com siri temos utilizado os modelos 4330 e 12146 nos tamanhos entre 5/0 e 9/0 ou maruseigo acima do numero 30.

Chumbadas:

            Dependendo do local de pesca podem ser de formato pirâmide ou garateia com até 300g, para arremessos em fundos limpos ou formato gota e oliva pequenos para arremessos sobre as pedras da costeira.

Iscas:

            Entre as principais iscas utilizadas podemos destacar as tatuíras, mariscos com casca, caranguejos e siris inteiros ou apenas as pinças. Nesta seleção podemos destacar os dois últimos como os mais utilizados por serem os mais seletivos. Gosto muito de usar siris pequenos por permitirem arremessos mais longos.

            Outras iscas como o corrupto e o camarão fazem parte da alimentação dessa espécie, porém são rapidamente atacadas por outros peixes como os bagres, muito abundantes na região.

Suportes:

            Geralmente confeccionados pelo próprio pescador, são de grande importância por se tratar de pesca de espera com equipamento bem pesado.

Os arremessos dependem bastante do ponto de pesca, variando de 10 a 100 metros (algo muito difícil com o conjunto citado). Eu geralmente procuro pontos que necessitem de arremessos curtos, com no Maximo 50 metros.

 

Pontos de pesca:

            No litoral de São Vicente, objeto dessa matéria, existem alguns pontos clássicos onde os colegas pescam a Miraguaia. Vou apresentar os locais onde já presenciei algum peixe, com os nomes pelo qual conheço. Talvez em uma ida aos locais descritos, os pescadores locais conheçam por outros nomes.

1) Goiabeira – Meu ponto preferido pelo conforto e histórico de peixes que peguei, é localizada no paredão ao lado da Ponte Pênsil, onde antigamente existia uma goiabeira. Neste ponto nos pescamos ao lado do nosso carro. Devido a posição é necessário pescar com arremessos longos para alcançar o canal e apenas nas marés de enchente.

           

2) Prainha – Mais tradicional ponto de encontro dos pescadores de Miraguaia antigos, era famosa por possuir um barco encalhado. Fica ao lado da Ponte Pênsil e é um ótimo ponto para se pescar na vazante. Necessitamos de longos arremessos e chumbadas que segurem a linha no local.

3) Cano –Trata se da extremidade do píer do pescador, bem próximo a Ponte Pênsil. Neste local podemos arremessar uma linha longa e outra curta. Opto por este ponto em mares de quarto por possuírem menos movimentação. 

4) Monumento – Extremidade do Píer do Pescador mais próxima a praia do Gonzaguinha, é um ponto bastante concorrido por pescadores de robalos e pescadas. Apesar de relativamente raso é um bom ponto de pesca, sendo o local mais produtivo nos dois últimos anos.

5) Pedra da Maconha – Pedras que se localizam na entrada da Ilha Porchat, são locais de pesca muito produtivos para quem não se incomoda com os freqüentadores que dão o apelido ao local.

6) Prédio velho – Localizado na subida da Ilha Porchat, é um ótimo ponto para arremessos curtos com caranguejo ou marisco. Neste ponto um bom bicheiro de 2m ou mais é muito importante.

7) Chuveiro – Pedra localizada nas costas da Ilha Porchat, tem o acesso dificultado por um muro construído por um prédio que utiliza o ponto como quintal, pode ser acessado na maré baixa. Alem da Miraguaia, nesse ponto também sai muita garoupa, sargo e prejerebas.

8) Feiticeira – Pedra localizada na Praia do Itararé, próximo a divisa com Santos. Opção para pesca noturna de burriquetes.

Durante os meses de junho a outubro iremos praticar esta pescaria com o objetivo de apresentá-la no site em forma de relatos!

 

Abraço,

 

Daniel Cirillo

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